Uma vacina experimental contra mpox desenvolvida pela Moderna com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) demonstrou maior eficácia do que as opções atuais na redução dos sintomas e da duração da doença, segundo um estudo em animais publicado nesta quarta-feira na revista científica Cell. A descoberta ocorre no meio de um surto da doença na África, em parte impulsionado por uma nova variante que surgiu na República Democrática do Congo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ativou seu mais alto nível de alerta de saúde global em 14 de agosto. Jay Hooper, coautor do estudo e virologista do Instituto de Pesquisa Médica para Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, disse à AFP que os pesquisadores estavam procurando explorar a tecnologia de mRNA para garantir segurança e eficácia ao mesmo tempo.
Esta vacina de mRNA inclui instruções genéticas que treinam o sistema imunológico do hospedeiro para reconhecer quatro antígenos virais principais, que permitem que o vírus se ligue às células. A Moderna utiliza a mesma tecnologia de mRNA na sua vacina contra o coronavírus, que provou ser segura e eficaz.
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Para o estudo, seis primatas foram vacinados com a dose baseada em mRNA, outros seis receberam a vacina atualmente autorizada (JYNNEOS) e outros seis não receberam nenhuma delas. Oito semanas após receberem a dose, todos os 12 animais foram expostos a uma cepa letal de mpox.
Ao final do ciclo experimental, os seis primatas não vacinados morreram, o grupo que recebeu a vacina mais antiga teve no máximo 607 lesões e o grupo que recebeu a dose com mRNA teve no máximo 54 lesões.
Além disso, a vacina de mRNA encurtou em mais de 10 dias o período em que os animais apresentavam sintomas em comparação com a vacina atualmente disponível e também reduziu a carga viral no sangue e na garganta, o que sugere que seria eficaz na redução da transmissão.
O principal inventor da vacina Moderna, Alec Freyn, disse à AFP que o soro também foi testado contra outros vírus da família Orthopox e neutralizou eficazmente o vírus da vacínia, a varíola bovina, a varíola do coelho, a varíola do camelo e a ectromelia.
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O prospecto da vacina, denominado mRNA-1769, faz agora parte da fase inicial de um ensaio clínico em humanos no Reino Unido, que procura avaliar a sua segurança e resposta imunitária.
Fonte:O Globo