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01/02/2020

Vídeos com desmaios viralizam; sintoma não é do coronavírus. VEJA VÍDEO

Foto: Divulgação

Imagens, porém, não têm fonte divulgada, origem ou data dos registros.

Vídeos que mostram pessoas caindo na rua e no transporte público na China têm viralizado na internet nos últimos dias. Mensagens associadas a eles dizem que se trata de uma reação à ocorrência de casos de coronavírus em Wuhan, na província de Hubei, na China.

 

Infectologistas consultados pelo G1, contudo, afirmam que a infecção por coronavírus não é tão agressiva e os sintomas divulgados nos protocolos internacionais não incluem desmaios.

 

Além disso, as imagens não têm fonte, origem ou data dos registros que levem ao estabelecer uma relação direta das imagens com o vírus. O G1 também consultou intérpretes de chinês que dizem que o que é falado e mostrado nos vídeos também não fazem uma conexão específica com o surto atual.

 

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Análise dos infectologistas


O primeiro ponto apontado pelos especialistas é que a evolução dos sintomas também não é tão rápida e agressiva como os casos mostrados nos vídeos. "A instalação da gravidade da doença não é imediata, os sintomas têm uma evolução. Não é caminhar na rua e cair do nada", explica o infectologista da Universidade de São Paulo (USP), Esper Kallas.

 

"O coronavírus causa uma doença respiratória e por isso tem sintomas como tosse e febre. É semelhante aos sintomas de uma gripe" - Esper Kallas, infectologista


O infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Caio Rosenthal, também reforma que os sintomas aparecem paulatinamente.

 

"Não acontece na infecção por vírus que acometem vias respiratórias como o coronavírus de você ir dormir bem, acordar mal no outro dia e morrer em seguida" - Caio Rosenthal, infectologista


Rosenthal acrescenta ainda que a taxa de infectados pelo novo vírus que chega a quadros graves é baixa. “É uma doença que ainda estamos aprendendo dia a dia, mas temos visto que são poucos os infectados que evoluirão para algo grave, como uma dificuldade aguda de respirar e até uma pneumonia grave."


Relatos fakes crescem


Desde que a OMS confirmou o surgimento do novo coronavírus no mundo, em uma nota no dia 31 de dezembro, diversas informações e imagens falsas sobre coronavírus começaram a circular nas redes sociais.

 

Kallas alerta para o perigo da circulação dessas mensagens falsas. "Ultimamente, eu tenho perdido mais tempo desmentindo informações falsas do que esclarecendo, de fato, sobre o que é o vírus e o que ele causa, essas coisas. Já me falaram de tomar vitamina C contra vírus e até beber fígado cru batido no liquidificador. É um absurdo."

 

Intérpretes avaliam imagens


Si Liao, chinesa, professora de mandarim e criadora da Pula Muralha, canal com vídeos com informações direto da China sobre o coronavírus, e Cesar Matiusso, formado em língua chinesa pela Universidade de São Paulo (USP), analisaram as imagens.

 

Para eles, os detalhes não são conclusivos. Em parte dos casos, não é possível nem sequer dizer que as imagens foram feitas em Wuhan muito menos que sejam atuais.

 

César Matiusso diz que a qualidade do áudio é ruim e afirma que em alguns trechos não é falado mandarim. Há, segundo ele, expressões genéricas sendo ditas, como "tem uma pessoa caída no chão" ou pedidos para que seja chamada uma ajuda rapidamente. Mas nada que indique uma relação direta com o coronavírus ou os últimos acontecimentos.

 

Vídeo mostra homem caído em frente a um vidro com inscrições — Foto: Reprodução

 

Um dos vídeos começa com imagens de um homem caído ao lado de uma vitrine onde há uma série de inscrições. Uma pessoa vestida de branco o atende. O professor Cesar Matiusso diz que os letreiros mostram apenas "área de autoatendimento".

 

Letreiro diz: área de autoatendimento — Foto:  Reprodução

 

Já Si Liao diz que no vídeo "aparentemente a pessoa está em um hospital". "Há uma fila e é um hospital onde se paga, porque tem caixa. Uma pessoa parece que caiu, mas não se sabe como caiu, o pessoal só está falando 'a pessoa caiu'", diz Si Liao. Segundo ela, não é possível saber o motivo da queda tampouco o hospital ou mesmo a cidade.

 

Homem caído no vagão do metrô

 

Homem caído no Metrô — Foto:  Reprodução

 

A próxima cena é a de um homem caído em um vagão do metrô. Passageiros de máscara o observam. Um guarda parece fotografar ou filmar. "Meio que repetiu duas vezes, porque a pessoa fala "Ah, já já eu vou, já vai chegar" e "a pessoa caiu", diz Si Lao. "Mas esse metrô também não dá para saber qual é nem qual cidade."

 

Pessoa caída em hall de prédio

 

Pessoa caída em hall de prédio  — Foto:  Reprodução

 

Em seguida, a imagem é de uma pessoa caída no que parece ser o hall de um prédio. Novamente pessoas com máscaras e aventais estão a postos. "Eu acho que é um hotel e tem uma pessoa deitada. Não se sabe onde é", diz Si Lao.

 

Ambulância socorre homem na calçada

 

Ambulância socorre homem na calçada  — Foto: Reprodução

 

Outra imagem é de uma ambulância estacionada junto à calçada onde um corpo está deitado. Médicos descem do veículo para socorrê-lo. "Esse dá para saber que é Wuhan, porque tem uma placa de rua que fica no bairro de Wuhan e aí chega uma ambulância e a pessoa está falando o dialeto de Wuhan. Falam em levantar a pessoa que caiu e alguém que filmou disse para colocar a máscara."

 

Pessoas caídas em chão de hospital

 

Médico caído em chão de hospital — Foto: Reprodução

 

O quadro seguinte é dentro de um hospital onde há pessoas no chão, inclusive um homem vestido com jaleco branco. "Me parece que a pessoa que caiu é um médico. Pode ser por cansaço", diz Liao.

 

Homem cai em estacionamento — Foto: Reprodução

 

Um homem cai no estacionamento e é filmado por câmeras de segurança. Segundo o tradutor Cesar Matiusso, no canto da tela está escrito apenas "portão número 2".

 

Letreiro diz: portão número 2  — Foto:  Reprodução

Fotos: Reprodução

 

Ambulância socorre homem caído na rua


No último vídeo, uma ambulância para no meio da rua, onde há um homem caído. Em uma passarela estão penduradas lâmpadas vermelhas. Pessoas observam. "É uma ambulância de uma cidade de Hubei, que fica na província de origem do vírus", diz Si Lao. César Matiusso diz que no frame dá pra ler na ambulância "Centro de emergência da cidade de Suizhou", que fica na província de Hubei, cuja capital é Wuha

 

 

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Imagens mostram prateleiras de um supermercado vazias e uma movimentação de clientes com máscaras. "A pessoa diz que está ficando louca. Isso aconteceu em Wuhan no primeiro dia de cidade fechada. As pessoas ficaram com medo e foram ao mercado. Pode ser referente a esse acontecimento, mas é um palpite", diz Si Lao.

 

G1

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