9,6 milhões de infectados em todo o mundo
Com mais de 9,6 milhões de infectados em todo o mundo e quase meio milhão de mortos, a pandemia de covid-19, que teve início no fim do ano passado, não dá sinais de que esteja arrefecendo, e a esperança de que uma vacina possa parar o coronavírus cresce a cada dia.
De acordo com balanço da OMS, há 141 candidatas a vacinas sendo investigadas hoje no mundo, sendo 16 já na fase de testes clínicos em humanos. A que está mais avançada é a de Oxford, em fase 3, que inclusive vai ser testada no Brasil.
Para discutir o que significam esses avanços e quais ainda são os desafios para ter um produto pronto e para ele conseguir imunizar a maior parte da população, a TV Estadão promoveu um debate, por meio de uma live, com um imunologista, uma microbiologista e uma demógrafa que estão acompanhando a evolução das pesquisas e da doença pelo País.
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As pesquisas estão evoluindo a uma velocidade nunca antes vista – a vacina mais rápida a ser fabricada no mundo foi a da caxumba, e ainda assim ela levou quatro anos na década de 1960. Mas ainda há algumas incertezas sobre como funciona a doença e sua relação com o sistema imunológico que podem ter impacto na produção de uma vacina. E também há gargalos logísticos para conseguir vacinar todo mundo.
A primeira vacina a ser concluída não necessariamente será a melhor, ponderam os especialistas. Será apenas a primeira. A de Oxford, nos testes em macacos, mostrou uma limitação importante. Ela impediu que os animais ficassem doentes, mas o vírus ainda foi encontrado na mucosa nasal deles, o que pode indicar que eles ainda tinham a capacidade de transmitir a doença.
Ou seja, ela não esterilizou o vírus, só impediu que os animais ficassem doentes. Não se sabe se isso pode ocorrer em humanos ou não. Isso vai ser checado nos testes de fase 3.
O coronavírus, além de provocar uma doença sistêmica que dificulta a vida dos médicos, também tem dado um olé na ciência. Pesquisas recentes lançaram dúvidas sobre como se dá a resposta imunológica dos pacientes infectados.
Fotos: Reprodução
Tradicionalmente, entende-se que uma pessoa ficou imune se ela produziu anticorpos ao patógeno, mas notou-se que em pacientes assintomáticos houve uma queda nos níveis desses anticorpos, que ficaram praticamente indetectáveis.
As vacinas todas vêm levando em conta essas premissas tradicionais. Isso pode fazer com que seja necessário mudar os processos, adiando um pouco mais a chegada da tão esperada vacina.
Estadão