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18/04/2022

Voluntários tentam salvar animais separados de donos por quarentena em Xangai

Foto: Reprodução

Um grupo de voluntários se organiza em Xangai para salvar os animais de estimação que continuam trancados porque seus donos foram isolados em centros de quarentena durante a pandemia de Covid-19. O acontecimento é um dos marcos da política chinesa de tolerância zero contra o vírus.

 

Quando o teste de Covid deu positivo, Sarah Wang, de 28 anos, disse que sua primeira preocupação foi sobre quem iria cuidar de seu gato. Segundo a política da China, se alguém contrair o vírus, essa pessoa é enviada para centros de quarentena, às vezes durante semanas, deixando seus animais à mercê das autoridades locais. O número de pessoas com animais de estimação disparou nos últimos anos na China, principalmente em centros cosmopolitas, como Xangai.

 

Um vídeo que mostra um profissional de saúde em Xangai espancando um cachorro até a morte neste mês causou alvoroço entre os moradores. Além do medo de que os animais não sejam alimentados ou fiquem abandonados, o clipe trouxe o receio de que eles sofram também maus tratos. As informações foram trazidas por Erin Leigh, principal organizadora de um serviço de resgate de emergência formado para ajudar animais de estimação que poderiam se tornar vítimas diante da abordagem linha dura contra o vírus na China.

 

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Nas últimas semanas, Leigh, 33 anos, expandiu seu grupo de uma empresa de babás para uma rede de milhares de voluntários não remunerados. O grupo encontrou um lar temporário para o felino afortunado de Wang. A funcionária financeira, aliviada, disse à AFP que seu gato "não teria sobrevivido até o apartamento ser desinfetado".

 

— Suas condições teriam sido muito ruins se ninguém viesse alimentá-la — disse a jovem de 28 anos.

 

Em toda a China, a urgência dos governos locais em eliminar todos os casos de vírus empurrou o bem-estar animal para baixo na lista de prioridades das autoridades. Em janeiro, Hong Kong abateu cerca de 2.000 hamsters depois que um deles testou positivo para Covid-19, e pelo menos três gatos e um cachorro estavam entre os animais mortos por profissionais de saúde no continente no ano passado.

 

Após o recente vídeo do assassinato do cachorro, Leigh disse que foi inundada com pedidos de donos desesperados para salvar seus animais.

 

— As pessoas me pedem para levar seus cachorros para um lugar seguro.

 

Ajuda necessária

 

A posse de animais de estimação na China aumentou nos últimos anos, principalmente em centros cosmopolitas como Xangai.

 

O centro financeiro está no centro do pior surto de Covid-19 da China desde o pico da primeira onda em Wuhan há mais de dois anos e vive sob diversas restrições desde março, o que deixou a maioria de seus 25 milhões de habitantes confinados em suas casas.

 

Enquanto as autoridades de Xangai intensificavam as medidas de controle, Leigh e outros se mobilizaram online para compartilhar informações sobre os animais de estimação deixados para trás quando as pessoas foram colocadas em quarentena centralizada.

 

Um punhado de administradores trabalha dia e noite para registrar casos de animais angustiados, classificando-os por localização e anotando aqueles que precisam mais de comida, abrigo ou outros cuidados.

 

A rede então dispara o alarme nas mídias sociais, compartilhando cartazes de "ajuda necessária" em chinês e inglês até que um salvador seja encontrado. Eles também conectam proprietários com babás ou veterinários “para que todos possam se ajudar em caso de emergências médicas”, de acordo com o voluntário Joey Ang, um estudante de 20 anos de Cingapura.

 

A equipe ajudou centenas de cães e gatos, além de alguns pássaros, peixes e cobras. Animais de estimação evacuados devem ser orientados pelas restrições de bloqueio, muitas vezes desconcertantes, às vezes viajando horas para chegar a casas de curto prazo a apenas algumas ruas de distância.

 

Huskies famintos

 

Em um exemplo memorável, voluntários se reuniram para levar comida para uma pet shop fechada que abrigava cerca de 50 huskies famintos. Mas o caminho para a liberdade raramente é suave em uma cidade onde as autoridades se preocupam com as possíveis consequências de dobrar as regras de bloqueio vagamente definidas.

 

Os guardas de segurança muitas vezes ficam nervosos ao carregar caixas desinfetadas contendo animais para dentro e para fora dos alojamentos – um passo fundamental no processo, pois a maioria dos moradores em confinamento não pode deixar seus complexos de apartamentos, disseram voluntários.

 

E os motoristas aumentaram as taxas para transportar animais de estimação. Nesta semana, as equipes de resgate passaram uma hora e meia transferindo um cachorro do apartamento de seu dono para outro bloco a apenas 600 metros de distância, de acordo com Leigh.

 

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— Há força nos números. Se continuarmos a trabalhar juntos, até emergências podem ser resolvidas em algumas horas — disse Ocean Zhang, que ajudou a negociar a libertação do cão. 

 

Fonte: Extra

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