A revista The Lancet Regional Health – Americas publicou, em novembro do ano passado, a maior e mais abrangente meta-análise já feita sobre os efeitos do zika vírus nos filhos de mulheres infectadas durante a gestação.
O levantamento, feito por cientistas da Universidade de Pernambuco (UPE) e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, no Reino Unido, descobriu que quase um terço da amostra (31,5%) teve alterações de saúde, incluindo microcefalia e anormalidades neurológicas, oftalmológicas e de neuroimagem.
Os pesquisadores chegaram à conclusão analisando 13 estudos nacionais e dados de 1,5 mil gestantes brasileiras. Todas as mulheres participantes tiveram o diagnóstico de infecção pelo vírus confirmado por meio de exames de RT-PCR. Todas foram acompanhadas até o fim da gestação.
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Os dados de cada gestante foram analisados individualmente e organizados em uma série de possíveis desfechos provocados pelo vírus nas crianças: baixo peso ao nascer, questões oftalmológicas e neurológicas, e microcefalia, entre outros.
De acordo com a meta-análise, 2,6% dos filhos de mães infectadas apresentaram microcefalia logo na primeira avaliação médica. No entanto, outras crianças também receberam o diagnóstico com o passar do tempo. Nos primeiros anos de vida, 4% dos filhos das gestantes manifestaram o quadro.
Os autores do artigo explicam que o risco de microcefalia pós-natal associada ao zika não havia sido documentado antes, demonstrando a relevância de monitorar o crescimento da cabeça de todas as crianças expostas ao vírus antes do nascimento, ainda que tenham uma circunferência normal do crânio.
Ainda de acordo com a meta-análise, menos de 1% das crianças afetadas pela infecção da mãe apresentaram mais de uma anormalidade. Isso significa que as manifestações costumam surgir de forma isolada, segundo os pesquisadores.
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Os cientistas explicam que a descoberta serve como alerta para profissionais de saúde, que às vezes podem não relacionar um quadro ao zika por se tratar de um sintoma isolado.
Fonte: Metrópoles