O parlamentar defendeu Ricardo Barros, afirmou que denúncias na Saúde não tem fundamento e enalteceu alinhamento entre o governo e o bloco.
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que não houve crime de prevaricação por parte de seu pai, presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após a denúncia feita pelo servidor público, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), em depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid-19. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com Flávio, Jair Bolsonaro teria comunicado ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de uma possível irregularidade na compra de vacinas, mas que o retorno foi de que todo o processo de compra seguia de maneira correta. O senador foi questionado sobre a relação com o Centrão, após a denúncia, e afirmou que partidos "são fundamentais para o país".
Quando indagado se o presidente teria prevaricado ao não comunicar a Polícia Federal ou Ministério Público quando foi alertado de suspeitas na compra da Covaxin, o senador respondeu que não teve prevaricação, pois teria comunicado o ex-ministro Eduardo Pazuello.
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"Óbvio que não teve prevaricação. O presidente informou ao ministro da Saúde (na época, Eduardo Pazuello) o que tinha sido relatado. O ministro, na sua hierarquia de comando, cobrou também algum retorno, se havia algo de irregular. O retorno foi que não havia nada irregular, processualmente falando".
Flávio Bolsonaro foi perguntado se haveria algum documento que registrasse que Jair Bolsonaro comunicou a Pazuello. Em resposta, o parlamentar disse acreditar que não tenha nenhum documento e que essas conversas geralmente ocorrem por telefone.
"Acredito que não. Isso acontece muito pelo telefone. 'Olha, tem uma denúncia aqui, uma suspeita de irregularidade no contrato tal. Dá uma olhada e vê se tem algo de irregular'. Aí avaliam que não tem nada e falam: 'Chefe, a princípio não tem nada'. Não tem porque acusar o presidente Bolsonaro de prevaricação".
O parlamentar também foi perguntado sobre Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e Roberto Dias, o ex-diretor do Ministério da Saúde, que são ligados ao Centrão, se o bloco atrapalha o governo de alguma forma. Flávio Bolsonaro respondeu que não e defendeu Ricardo Barros.
"Não, em absoluto. Mais uma vez: não tem prova de absolutamente nada. O depoente (Luiz Dominguetti) foi perguntado se conhecia Ricardo Barros, se conhecia algum parlamentar. Ele falou que não conhecia ninguém. O nome do Ricardo Barros surge de uma denúncia infundada, né? O próprio presidente nunca confirmou que tenha falado o nome de Ricardo Barros, né? Por enquanto, só o deputado Luís Miranda diz que o presidente falou isso".
O senador ainda completou dizendo que "até agora não tem nada que comprove isso. É uma tentativa de construir uma narrativa, não há fatos concretos", sobre a participação de Ricardo Barros no esquema. E salientou que Roberto Dias foi exonerado do cargo por prevenção, "para depois não acusarem o ministério de adulterar algo por interesse próprio".
Perguntado sobre como estaria a relação do governo federal com o Centrão, Flávio afirmou que nada mudaria, e que "são fundamentais para o país".
"Não. De forma alguma. Os partidos que são adjetivados de centrão são fundamentais sempre para o país. Representam parcela significativa da população. Quando há pleitos legítimos e republicanos, devem, sim, ser atendidos pelo governo. O governo não tem pessoas com perfis ideais em todos os locais do Brasil. A máquina é muito grande, apesar de todo o esforço do presidente de enxugar a máquina pública. Essa é uma tentativa de colocar contra o governo aliados que são importantes para o país".
Senador também foi perguntado sobre a suspensão do contrato da Covaxin e alegou que oposição cria narrativa para desestabilizar o governo.
"É aquela a narrativa, né? Se não suspendem o contrato, vão acusar o presidente ou o governo de estar levando alguma vantagem ou sendo imprudente de não investigar antes de comprar a vacina. Então, a decisão foi de suspender e ver o que que vai aparecer. A princípio, até agora, absolutamente nada. Então, eu, da minha parte, não vejo por que suspender a compra, a não ser que a Anvisa tenha algo contra e não autorize a importação da vacina. Aí é uma questão técnica".
Por fim, Flávio avaliou o depoimento de Luis Paulo Dominguetti como "devaneio" e disse que policial militar terá dificuldade para provar que houve um esquema de propina.
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"Um devaneio. Todo mundo esperando que tenha alguma prova de que havia algum pedido de propina e, no final, não trouxe prova nenhuma. Já foi, inclusive, contraditado. Ninguém negou que houve a reunião. As pessoas jantam por diversos motivos. Ele vai ter dificuldade de provar, já que não há provas de nada".
Fonte: iG