Por conta da quantidade de pesquisa e manutenções, o turno de trabalho de um astronauta no espaço dura 16 horas
Ambos seguem na Estação Espacial Internacional (ou ISS, na sigla em inglês), a cerca de 400 km da superfície terrestre. O local, equipado para receber astronautas com diferentes objetivos, tem uma rotina própria.
Segundo a Nasa, a ISS é maior que uma casa de seis quartos, com seis dormitórios, dois banheiros, uma academia e uma janela saliente com vista de 360 ??graus. Por conta da quantidade de pesquisa e manutenções, o turno de trabalho de um astronauta no espaço dura 16 horas.
"O principal objetivo da tripulação da estação é realizar pesquisas, participar de experimentos médicos e manter a estação", diz um documento informativo da agência sobre a Estação Espacial.
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VIDA NO ESPAÇO
Ainda que manter a noção de tempo seja difícil, pois em 24 horas os presentes na Estação Espacial passam por 16 nasceres e pores do sol, o dia começa para todos pontualmente às 6 horas da manhã no fuso horário de Greenwich (GMT).
Após se levantarem, os astronautas seguem para as etapas as seguintes: higiene pessoal, café da manhã limpeza do próprio espaço e verificação da programação diária. No banheiro, o astronauta precisa escovar os dentes com a boca fechada e engolir a pasta de dente após o uso (isso porque a gravidade faria o produto sair voando).
HIGIENE PESSOAL
Já os banhos são feitos com duas toalhas, uma contendo água e sabão e a outra seca. Quando é necessário lavar o cabelo, eles utilizam um shampoo sem enxágue junto a uma toalha para fazer a limpeza dos fios.
Outra curiosidade é a diferença de como são feitas as necessidades. A urina é expelida através de um tubo portátil. Já no caso dos resíduos sólidos, os astronautas usam tiras que os "grudam" ao vaso sanitário para conseguirem se aliviar. De acordo com a Agência Espacial Europeia (sigla ESA em inglês) um tubo de sucção que carrega os resíduos em uma corrente de ar por um buraco.
COMIDA
Para a comida, em todas as refeições eles utilizam alimentos em pó ou preparados de forma especial ainda em solo terrestre. Uma alimento que se tornou popular é a tortilha, pois além de serem fáceis de armazenar (e durar por mais tempo quando guardadas), não produzem migalhas que podem dificultar o processo de comer.
"Os astronautas podem escolher quais refeições gostariam, desde que os valores nutricionais e calorias sejam mantidos dentro dos requisitos aprovados: 2800 calorias por dia", explica o site da ESA. Pelas diferenças nos horários, eles se reúnem para comer juntos apenas aos domingos. Os vegetais não ficam de fora. Na estação, são cultivados vegetais frescos, como o alface. Assim, eles conseguem complementar os pratos.
ROTINA DE TRABALHO E ACADEMIA
Após toda a preparação, é realizada uma reunião de planejamento diário com o Controle da Missão e eles seguem para os seus afazeres. Depois de passarem por um exame de sangue, seguido pelo teste de ar diário das cabines, eles precisam completar as duas horas diárias de exercícios físicos necessárias para não enfraquecer os músculos.
Ainda que pareça ficção científica, no espaço também é possível fazer musculação. E mesmo sem gravidade, os cosmonautas podem fazer treinamento com pesos. Uma carga pode ser aplicada usando cilindros de vácuo. Outras opções são correr preso à esteira ou pedalar na bicicleta ergométrica.
Fotos: Reprodução
A influência da gravidade faz toda diferente: sem ela, os músculos e ossos definham. A massa muscular das regiões das costas, pescoço, panturrilhas e quadríceps, que mantém a postura ereta são as mais afetadas, pois não são pouco utilizadas na gravidade zero. Em apenas duas semanas um astronauta chega a perder 20% dessa massa, podendo chegar a 30% em missões que levam de três a seis meses.
CONSEQUÊNCIAS DA VOLTA À TERRA
Um estudo feito com após o retorno do astronauta Scott Kelly mostrou que a velocidade e a precisão do desempenho cognitivo dele diminuíram nos seis meses que seguiram o seu retorno. Isso pode ter acontecido por conta a uma readaptação do cérebro à gravidade. Assim como foram observadas diferenças consideráveis nos níveis de conectividade neural em partes responsáveis pela função motora, orientação e equilíbrio do corpo.
Até mesmo o DNA sofre consequências diretas. Os telômeros (sequências de DNA responsáveis por proteger extremidades dos cromossomos) aumentam em órbita e diminuem após a volta. O que representa algo paradoxal, pois a medida que o ser humano envelhece eles tendem a diminuir naturalmente.
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A mesma pesquisa afirma que a pele do astronauta pode apresentar maior sensibilidade e erupções cutâneas nos primeiros seis dias após chegar à Terra. Além disso, há uma queda nos glóbulos brancos (devido à radiação) e também pode levar a alterações na visão pois a vida no espaço faz com que o sangue se acumule na cabeça de maneira anormal.
Fonte: O Globo