07 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
07/09/2020

China desafia EUA e vai lançar projeto para criar novos padrões globais de segurança de dados

Foto: Reprodução

Projeto de Pequim é reação às contínuas sanções americanas às tecnologias chinesas, especialmente no 5G

Em meio à crescente tensão comercial e política entre os dois países, a China decidiu lançar sua própria iniciativa para criação de padrões globais de segurança de dados. O objetivo é elaborar novas normas no setor que atendam aos interesses de da maioria dos países, revelou uma fonte diplomática ao Wall Street Journal.

 

O projeto deve ser anunciado na terça-feira pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, e bate de frente com as tentativas recentes dos Estados Unidos de pressionar nações a abandonarem tecnologias chinesas, acusando Pequim de usá-las para espionagem. Especialmente no caso da quinta geração de telefonia celular e internet, o 5G, em que Washington só faz aumentar suas restrições à gigante das telecomunicações Huawei.

 

Sob sua nova "Iniciativa Global sobre Segurança de Dados", a China apelaria a todos os países para lidar com a segurança de dados de uma "maneira abrangente, objetiva e baseada em evidências" e manter uma cadeia de suprimentos aberta, segura e estável para tecnologia e serviços de informação e comunicação , conforme minuta a que o WSJ teve acesso.

 

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O anúncio chega semanas depois que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou um programa chamado Rede Limpa (Clean Network), que excluiria empresas chinesas de telecomunicações, aplicativos, provedores de nuvem e cabos submarinos da infraestrutura de internet usada pelos EUA e outros países.


No mês passado, Washington anunciou que iria aumentar ainda mais as restrições à Huawei Technologies, com o objetivo de cortar seu acesso a chips disponíveis comercialmente. A ideia é impedir a gigante chinesa de obter semicondutores sem uma licença especial - incluindo chips feitos por empresas estrangeiras que foram desenvolvidos ou produzidos com software ou tecnologia dos EUA.

 

A medida inclui 38 afiliadas da Huawei em 21 países à "lista suja" do país, disseram fontes, elevando o total para 152 afiliadas desde que a Huawei foi adicionada à lista pela primeira vez em maio de 2019.

 

A pressão americana contra o 5G da Huawei levou o Reino Unido a banir a chinesa de suas redes de telefonia, e chegou até o Brasil. O embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, disse em entrevista ao GLOBO que “haverá consequências” para o Brasil caso o país permita que a gigante chinesa de tecnologia Huawei forneça equipamentos para a rede 5G, cujo leilão está previsto para 2021. Ele sugeriu que empresas americanas poderiam deixar de investir no Brasil, por temer que seus segredos de propriedade intelectual não estejam protegidos.

 

A pressão americana contra a China se estende também a casos como o dos aplicativos TikTok e WeChat, banidos dos EUA por ordens executivas do presidente americano Donald Trump. O TikTok está em meio a negociações para vender suas operações em território americano, mas recentes mudanças nas regras de exportações na China podem tornar a transação bem mais difícil. Recentemente, o CEO do app, Kevin Mayer, renunciou após ficar apenas quatro meses no cargo.

 

As novas regras chinesas de segurança da informação prometem ser mais um capítulo na disputa entre os dois gigantes da economia mundial. Elas exortam os governos a respeitarem a soberania de outros países na forma como lidam com os dados - de acordo com a visão de Pequim de "soberania cibernética", por meio da qual os países exercem controle total sobre seus próprios cantos da internet.

 

O projeto instaria ainda os países a se oporem à "vigilância em massa contra outros estados" e convocaria as empresas de tecnologia a não instalar "backdoors em seus produtos e serviços para obter ilegalmente os dados dos usuários, controlar ou manipular os sistemas e dispositivos dos usuários".

 

Autoridades americanas acusaram a Huawei de se envolver em tais atividades e instaram governos amigos a bloquear a empresa chinesa de suas redes 5G domésticas. A Huawei nega essas acusações.

 

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Segundo fontes informaram ao WSJ, diplomatas chineses entraram em contato com vários colegas em outros países em busca de apoio à iniciativa.
 

O Globo

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