Com coronavírus e eventos cancelados, lutadores se viram com 'bicos' e adequam treinos

Sem lutar desde o dia 19 de outubro, quando nocauteou o russo Khamzat Dalgiev pelo M-1 Challenge 105, o lutador amazonense Michel Sassarito está preocupado a respeito de sua condição financeira por conta dos cancelamentos dos próximos eventos da franquia asiática devido a expansão do COVID-19 na Ásia e no mundo.

O M-1 foi paralisado por tempo indeterminado desde fevereiro. Sem lutas marcadas para os próximos meses, o peso-leve contou que vem sobrevivendo e sustentando sua família graças a patrocinadores privados, além da informalidade.

- Tenho amigos que me patrocinam com pouco, mas é uma grande ajuda. Deus é bom tem me abençoado nesse momento ruim, mas ficar sem lutar é muito ruim.

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É preocupante, porque moro com minha família, mas ao mesmo tempo não tem o que fazer. O dinheiro que ganho dos patrocinadores às vezes não são o bastante - disse ele, que para acrescentar renda faz "bico" como segurança em festas.

O problema é a recomendação é evitar aglomerações e, consequentemente, festas. Com poucas palavras, ele reconhece que sem o trabalho informal as coisas vão ficar cada vez mais difíceis.

- Agora vai ficar sinistro - resumiu.

Dileno Lopes também sofre

Foto: Reprodução

Outro que não luta desde o ano passado, quando finalizou o norte-americano Robert Emerson em novembro, pelo Absolute Championship Akhmat (ACA) 101, na Polônia, o ex-UFC Dileno Lopes, que mora em Manaus e treina na Nova União.

Ele tinha uma luta marcada para junho, mas agora não sabe se vai ou nãom acontecer. E, caso ocorra, comentou sobre a nova rotina de treinos, que tem dificultado sua preparação.

- Está difícil com essa paralisação dos eventos de MMA por conta do vírus corona. Logo agora que já estava em preparação para minha próxima luta, em junho. Para nós, que estávamos no ritmo de treinamento, nos deixou muito triste. Até nos treinos da academia tivemos que respeitar as normas das autoridades. Tivemos que nos dividir nos treinos para evitar contatos com os colegas - disse.

- Mas eu continuo sim os treinamentos, mas não como os treinos normais. O mestre Marcinho (Pontes, primeiro treinador de José Aldo) pediu para que todos se dividam em pequenos grupos para continuarmos treinando com mais cuidados, pois essa é a nossa forma de trabalho. E precisamos fazer nosso trabalho para ganharmos nosso dinheiro - concluiu.

Ao contrário de Sassarito, Dileno tem outras fontes de renda, como uma churrascaria, que adquiriu junto de sua família. Todavia, ainda assim há um risco. O governador do Amazonas, Wilson Lima, determinou o fechamento de bares e restaurantes e informou que a polícia estará nas ruas com a equipe da FVS para exigir o cumprimento.