O de camisa azul eh Antônio Mijoler; o da direita (D), Rinaldo da Silva Mota (Fotos Polícia Civil de Rondonia), foi visto no interior de Goiás numa fazenda do ex-patrao da Fazenda Salomé
*POR XICO NERY - Ousados,”seguranças” da Fazenda Shalom - agora, com o nome de Rondônia -localizada no Km -45, da BR-319, em direção à cidade de Humaitá voltaram a patrulhar a região onde foram assassinados três trabalhadores rurais da região.
Em 2017,dirigentes da Associação de Produtores Rurais das Comunidades da Região do Igarapé Arara (Asprocria-AM), foram mortos e os corpos simplesmente desapareceram durante a tragédia cujos autores e mandantes continuam na impunidade.
À época, foram mortos os trabalhadores Flávio Lima de Souza, Marinalva Silva de Souza e Jairo Feitoza Pereira, logo após serem autorizados pela Unidade Avançada do Incra, em Humaitá a elaborarem as coordenadas topográficas da área que seria destinada à ampliação do PA São Francisco, entre os quilômetros 45 e 58, da BR-3129.
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A presença de “seguranças” armados dentro e fora da Reserva Mapinguari e em outras áreas da União - que no mundo das organizações criminosas (Orcrim) do Sul e Centro Oeste brasileiro, como mais constância, são chamados de “Guaxebas” - vem tirando o sono, inclusive, de moradores seculares das comunidades locais.
Sede da Associação incendiada antes dos assassinatos das vitimas
Patrulhando as áreas usando quadriciclos e fortemente armados, funcionários (?) da Fazenda Rondônia - palco da chacina já denunciada, inclusive, à Organização Internacional Global Witness -, “demonstra que a apuração do caso recomendado pelo Ministério Público Federal (MPF-AM) à Polícia Federal, ainda não teria sido concluído”, diz um dirigente da entidade.
Os três dirigentes já haviam sido ameaçados pelos “guaxebas” da antiga Fazenda Shalon, fincada numa área de 500 x 2000 de fundos, mas, que hoje ocuparia mais de 15 quilómetros de frente por 18 de fundiária, pegando da BR-319 ao Rio Mucuim (Canutama), por estar em terras da União, “sequer poderia ser contrair financiamento de bancos oficiais”,aduziu um servidor do Incra-AM, durante audiência pública.
A Fazenda em questão está inserida no cadastro de imóveis pertencentes à União, bem como as demais áreas em disputas pela posse da terra. No pós conflito que ocasionou a matança dos trabalhadores rurais, segundo a Ouvidora Agrária Estadual, Maria do Socorro Feitosa, “toda a área foi federalizada e o inquérito é da alçada da Polícia Federal”.
Foto: Reprodução
Instada, a servidora esclareceu ao novo presidente da entidade que - o dirigente comunitário terá a identidade preservada temendo represálias -, “aqui, no Incra, o caso está na Junta de Conciliação”. Mas, ela logo entrou de férias e não deu mais detalhes sobre a sequência dos processos e requerimentos solicitados pelos antigos ocupantes da área em questão.
DE VOLTA AO TRABALHO?
Um dos “guaxebas” acusados de terem cometido a chacina, alcunhado de “Cara Cortada” é quem viria patrulhando a área é o condutor de um dos quadriciclos que operam na região. E faz questão de exibir armas do tipo Escopêta Calibre 12, revólveres e espingardas com cano cerrado, tensionando cada vez mais a violência no entorno da Reserva Mapinguari e do PA São Francisco, no campo do Sul do município de Canutama.
Antônio Mijoler gerente da Fazenda, o único preso após os assassinatos
(Foto: Divulgação/Polícia Civil de Rondonia)
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*FRANCISCO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal e TV e ex-Repórter do Jornal A NOTICIA, Diário do Amazonas, O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão (AM) e atuou na Amazônia Orienta e Ocidental Brasileira.