O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, minimizou, nesta quarta-feira, as invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Teixeira chamou o movimento de "protesto" e afirmou que ocorreu em razão da "ansiedade" dos militantes.
O MST realizou novas invasões ao longo das últimas semanas em terrenos em Pernambuco, Bahia e Goiás. A nova onda do movimento voltou a colocar pressão no governo em meio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento para investigar a atuação do grupo.
— Não foi uma invasão, foi um protesto. Eu tive uma reunião com eles após a feira. Eles ficaram ansiosos, fizeram aquele protesto, mas já saíram.
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Teixeira atribuiu a ansiedade à cobrança por políticas públicas voltadas para o setor, o que, segundo ele, estão andando rapidamente. De acordo com o MST, que é historicamente ligado ao PT, a atitude foi uma reação à gestão de Lula. O movimento cobra o Ministério do Desenvolvimento Agrário por não cumprir a promessa de assentar 1.550 famílias, o que teria sido acordado.
— A ansiedade deles baixou porque foram prestadas as contas de todas as providências que vão ser adotadas. Então, a vida caminha — afirmou, completando: —Inicialmente eu teria uma reunião com o MST, mas não achei necessário fazer essa reunião pela ansiedade. Minha equipe que a fez. A equipe prestou contas, mostrou quão rápida as coisas estão andando.
O encontro fez parte do acordo costurado com o governo para que o movimento deixasse área da Embrapa em Petrolina, onde foi realizado o evento do agronegócio Semiárido Show.
As recentes investidas do movimento geraram problemas ao governo, que já passou a ser instado por adversários a se manifestar sobre as invasões em virtude da proximidade de integrantes do Executivo com o MST. Além disso, dão munição à CPI, dominada pela oposição, e dificultam a relação com os representantes do agronegócio. As invasões também geraram críticas por parte de aliados.
Questionado sobre as ações do governo para conter as invasões, Teixeira afirmou que o país está em um momento de "calmaria".
— Se tivessem invasões eu poderia responder sua pergunta. Estamos em um momento de calmaria nesse país. O que temos que colocar no lugar é um programa para assentar novas famílias.
CPI
Teixeira afirmou que comparecerá na CPI no próximo dia 10 e que não há "problemas a temer" porque não há irregularidades na relação do governo com movimentos sociais. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também foi convocado para falar na Comissão.
— Estou agendado, vou dia 10 na reunião da CPI. Eu estava querendo adiar porque dia 10 chego na madrugada, venho do Pará, vou acompanhar o presidente Lula. Achei melhor atender par não ter nenhum sentimento de que nós não queremos conversar, acho muito importante o diálogo com o parlamento.
Teixeira completou:
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— Não temos problemas a temer porque não há nenhuma irregularidade com a relação com nenhum movimento social em nenhum ministério.
Fonte: O Globo