OPINIÃO: Aos pais em profunda dificuldade social, vítimas do governo da fome

*Por Lúcio Carril - Não gostaria de falar de coisas ruins num dia de comemoração, mas o tempo não me larga e com ele travo um diálogo duro, perceptível e, muitas vezes, doloroso.

Meu tempo é o tempo de milhões de brasileiros que sangram suas almas com a dor da fome e da exclusão. São pais e mães que choram a dor da fome de seus filhos e filhas. Que não têm sequer o alento do amanhã, porque o amanhã não existe para a fome. É o hoje que grita e chora.

Meu tempo é o hoje, mesmo reconhecendo que o amanhã existe e nele foco minha luta e minha esperança. Mas meu hoje não é de alegria. Não que eu não tenha motivos de pai para comemorar. Tenho muito. Só que me irmano aos milhões de pais que não dormem pensando num amanhã que pode não existir. O tempo é implacável.

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Temos 20 milhões de famintos neste país consumido pelo drama da desigualdade e da opressão desmedida. São milhões de pais e mães em profundo sofrimento. Se tem uma dor que deixa marcas é a dor de fome de um filho.

Me solidarizo a todos os pais e mães deste Brasil destroçado pela violência e pelo descaso. São tempos sombrios. São tempos de desespero.

Mas há um tempo a ser construído.

Sei que o hoje é duro, sofrível, porém temos a velha esperança como pai e mãe do amanhã. É preciso resistir e dominar o tempo. Podemos mudar o hoje, repudiando os ceifadores que estão no poder e abrindo a porta para um novo tempo, de alegria e prosperidade, onde nossos filhos voltarão a sorrir com o abraço carinhoso do pai feliz.

É Lula para acabar com o sofrimento e com a fome.  

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*Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.