A COP30 já começou. Na verdade, uma COP começa quando termina a outra. E nesta segunda e terça-feira acontece, em Brasília, a Pré-COP, um evento que reunirá cerca de 500 pessoas de 72 países. Estarão presentes negociadores, representantes de governos, de ONGs, cientistas.

Na pauta do encontro estão três temas principais: a primeira é agenda de adaptação, afinal vários países já sofrem efeitos irreversíveis das mudanças climáticas; por isso, é fundamental trabalhar junto à trilha de mitigação que busca reduzir o impacto do efeito estufa para diminuir os riscos futuros. O segundo ponto é a transição justa, que dá mais poder aos países para produzir com menos gases de efeito estufa e nesse ponto tem várias medidas unilaterais. A União Europeia, por exemplo, disse que a partir de 2026 só comprará de países que não desmatem. O terceiro ponto é o Balanço Global, como dar sequência às decisões da COP28, em Dubai.

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A COP28 surpreendeu, foi uma conferência muito bem sucedida. A ministra Marina Silva - em evento em que discutimos as propostas para a conferência do clima em Belém, na ABL - lembrou que ninguém esperava nada de uma COP realizada no coração do petróleo, mas ela produziu um efeito muito importante, traçou um caminho para sairmos dos combustíveis fósseis. A carta final da conferência de Dubai firmou um compromisso não apenas de aumentar as fontes renováveis, mas falou pela primeira vez na necessidade de ter o caminho para o fim dos combustíveis fósseis, o que foi confirmado em Baku. Agora, o Brasil tem que dizer que maneira isso será feito, por onde começar.

Um tema importante de debate em todas as COPs é a questão do financiamento. Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, órgão da ONU dedicado ao clima, em entrevista à Folha de S.Paulo, afirma que a meta de US$ 100 bilhões de investimentos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas firmada no Acordo de Paris foi alcançada. Ele afirmou, no entanto, que o caminho para US$ 300 bilhões por ano para financiar essa transição de modelo, acordada na COP 29, tem que vir dos países que emitem há mais tempo os gases de efeito estufa.

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Não faltarão assuntos para essa COP, também não vão faltar tensão e dificuldade. As discussões nesta segunda e terça-feira tentam aplainar algumas dessas dificuldades. Durante este ano, passamos infelizmente tempo demais discutindo a logística e nos afastamos do conteúdo, o qual é o mais importante. A reunião desta semana, a um mês da COP volta o debate para os trilhos. O importante é que os debates não terminam com a COP. A presidência de André Corrêa do Lago frente à COP não termina em Belém. Há uma transição de bastão para a COP 31 que ainda terá colaboração brasileira.

Fonte: O Globo