20 de Maio de 2024 - Ano 10
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08/04/2024

Prefeita e vereadores do município de Beruri não falam a mesma linguagem depois da tragédia na Comunidade Arumã que teve mortos, muitos feridos e 40 casas engolidas pelo Rio Purus. VEJA VÍDEOS

Foto: Reprodução

Manifestação de vítimas do deslizamento na Comunidade do Aruma hohe na cidade de Beruri

Por Xico Nery, correspodente do "PORTAL DO ZACARIAS" no interior do Amazonas - Jogadas à própria sorte, vítimas do desbarrancamento que fez o rio Purus engolir cerca de 40 casas, feridos e mortos no povoado de Arumã, a 2,5 horas de embarcação da sede do município de Beruri, protestaram nas ruas da cidade, na última sexta-feira (5), contra o que classificou de "descaso e desumanidade da prefeita, Maria Lucir Santos de Oliveira (MDB) e vereadores por não garantirem ajuda às famílias desabrigadas.

 

Por sua conta e risco, manifestantes, portando cartazes com vários dizeres de "agonia, indignação e fúria", ocuparam a frente dos prédios da Câmara de vereadores e da Prefeitura local durante toda amanhã. Sob forte vigilância, a prefeita se homiziou no gabinete e se recusou a receber os manifestantes que cobravam o aluguel social, cestas básicas e novas moradias.

 

A tragédia da Vila do Arumã aconteceu no dia 1º de outubro do ano passado, mas, a ameaça de um possível deslizamento de encostas teria sido informada pelos moradores no início do primeiro mandato da prefeitura Maria Lucir Santos de Oliveira. À época, segundo pessoas ligadas à ex-secretária de educação Indígena do município, "Dona Maria não ligou muito para o problema".

 

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Ao final da manifestação, o fato de os moradores não terem sido recebidos na Prefeitura, o grupo manifestou o interesse se procurar os pré-candidatos nas eleições deste ano, com o objetivo pedirem apoio para que cheguem até ao Ministério Público (MPE), para que seja esclarecido se o município recursos do governo (Estadual e Federal) para aluguel social, cestas básicas, água potável, remédios, antecipação do Bolsa Família, PIS ou do FGTS (Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço) - para quem trabalha de carteira assinada.

 

ENTENDA O CASO

 

O Governo do Estado, através da Defesa Civil Estadual, deslocou equipes de socorro ao Vilarejo em menos de 16 horas da ocorrência do caso. Peritos do Instituto Médico Legal (IML), Bombeiros Militares e a Secretaria de Assistência Social do Governo do Estado, à época, registraram duas mortes, quatro desaparecimentos, 40 casas destruídas e engolidas pelo rio Purus.

 

Enquanto o Estado fazia parte de sua obrigação "prevista em lei", a Prefeitura não dispôs de logística e pessoal preparado para atuar no campo operacional, o que levou um empresário anônimo (filho da região) emprestar os primeiros atendimentos ainda no local da tragédia. Esses fatos foram divulgados nas redes sociais. A tragédia em Arumã revelou, por outro lado, "a verdadeira face da Defesa Civil Municipal, totalmente, despreparada, sem pessoal qualificado e sem orçamento para atuar nesses e em outros casos de menor dimensão".

 

A afirmação foi feita por lideranças ribeirinhas e indígenas da Comunidade Arumã que dizem que ter alertado "Dona Maria Lucir, em 2013, "da possibilidade de a terra puxar todas as casas para o fundo do rio'. À época, a prefeita estava com o marido, o ainda prefeito José Domingos de Oliveira, na comunidade do Arumã.

 

- Nenhum dos dois tomaram providência, diz indígena que perdeu parentes e casas no desbarrancamento das encostas.

 

SITUAÇÃO ATUAL

 

A prefeita, durante o episódio, teria se comprometido com as autoridades responsáveis "estudar um meio próprio para abrigar as famílias na cidade de Beruri', revelaram moradores. Ocorre que, já nos primeiros dias nada foi feito pela prefeitura. E as famílias foram agasalhadas nas casas de amigos e parentes sem qualquer apoio da gestão municipal.

 

Decorridos quase seis meses da tragédia que vitimou cerca de 40 famílias, entre mortos, feridos e desabrigados, "as pessoas ainda estão sem ter onde morar". A maioria tem crianças fora da escola e na cidade não tem emprego", afirmam outros, já decepcionados com a falta de atitude da prefeita que recebeu cerca de 90% dos votos nas eleições de 2016 e 2024 na Comunidade Arumã.

 

A reportagem atestou ainda, em outubro de 2023, o desespero das famílias deslocadas da área do desbarrancamento para a cidade a pedido da própria prefeita (Dona Maria Lucir) por terem perdido suas casas, as igrejas, a escola e a unidade do postinho de saúde local. Na cidade, com as cestas de alimentos cedidas pelo Governo do Estado, "muitos comeram por até uma semana, direitinho", diz pastor de uma das Assembleias de Deus local.

 

Sem emprego, moradia, comida, água potável ou outros benefícios do Governo, durante os meses de novembro de 2023 a abril de 2024, "as famílias viriam se acomodando nas casas de amigos e parentes da cidade". Na Prefeitura, "ninguém consegue falar com Dona Maria Lucir, nem com a vereadora Elis Regina Picanço (pré-candidata a prefeita pelo AVANTE apontada pela ainda prefeita do município).

 

- Agora, todos se escondem de nós, disseram ao portal.

 

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