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Apesar da forte repressão das forças de segurança, garimpeiros e donos de dragas vindos do lado de Rondônia desafiam o governo e órgãos de controle que atuam no combate aos garimpos ilegais no vale do Rio Madeira
Foto: Reprodução

Garimpos cercados por água, ar e terra nos garimpos humaitaenses

Por Xico Nery, correspodente do "PORTAL DO ZACARIAS" no interior do Amazonas - Com prejuízos irreparáveis à natureza e às comunidades ribeirinhas e às gerações futuras, o garimpo ilegal ao longo do Rio Madeira na região Sul do Estado continua ainda a todo o vapor, apesar da forte repressão das forças de segurança federais. As operações começaram ainda no governo Jair Bolsonaro, o que tornou a região do conflito um verdadeiro cenário de guerra entre garimpeiros ilegais e o Governo Federal.

 

O combate à extração ilegal de ouro no leito do rio Madeira começou ainda em 2021. À época, licenças ambientais estaduais foram declaradas inconstitucionais. Apesar disso, garimpeiros e donos de dragas gigantes de Rondônia, Matogrosso, Sudeste e Sul do país, “ignoraram recomendações da Justiça Federal”, diz policial federal em ação de inteligência na região.

 

Depois de percorrer pontos de ocorrências de ouro em praias e aluviões (barrancos) de Humaitá ao povoado Pacoval em direção à Manaus, ficou comprovado que ainda “dragas operam lanças de até 35 metros”. Esses equipamentos rompem o solo e impactam o meio ambiente e destroem os biomas, comenta ex-dirigentes da Cooperativa de Garimpeiros da Amazônia (COOGAM) já preso em operações da Policia Federal.

 

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Ultimamente, o Vale do Rio Madeira tem se tornado palco de um verdadeiro de guerra por conta dos garimpeiros e dragueiros ilegais que insistem nas atividades afetas à extração de ouro no leito dos rios, lagos e igarapés da mesorregião dos municípios de Porto Velho, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda do Norte a Autazes.

 

“Os municípios do lado amazonense são os mais impactados negativamente pelas atividades garimpeiras atribuídas ao complexo de dragas e escarifuças (pequenas e médias embarcações que usam motores de 4 a 6 polegadas) sem registro na Capitania dos Portos e na Agência Nacional de Mineração (ANM)”, apontam consultores ambientais e biólogos da região.

 

Em 2021, o então Vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (nascido em Humaitá) foi quem autorizou “durante a Operação Amazônia o bombardeio de dragas e equipamentos ilegais operando em áreas de extração ilegal do ouro ao longo do rio Madeira”, lembrou garimpeiro preso transportando, à época, ouro ilegal para vender na Província Guayaramerim, na Bolívia.

 

Hamilton Mourão – senador pelo Rio Grande do Sul – deu a largada às operações de destruição de todo o complexo ilegal mantido por garimpeiros e investidores que usam ribeirinhos e pescadores da região para atuarem na exploração ilegal de ouro e madeira no Sul do Estado. Ao final, “quem paga o pato são os ribeirinhos e mineradores familiares amazonenses”, afirmam dirigentes cooperativas com matrículas anuladas pela Justiça Federal.

 

Até o momento, em números extraoficiais, teriam sido destruídas cerca de 1.346 dragas e mais de 600 balsinhas (escarifuças) em bombardeios e incêndios de equipamentos do complexo garimpeiro ilegal que atuam ao longo do Vale do Rio Madeira, a partir da Capital Porto Velho (RO).

 

Devido a essa fragilidade, fontes acreditam que as “operações de combate ao garimpo ilegal deva se tornar permanente e duradoura”.

 

“São dragas de alto padrão de luxo e ostentação nunca vistos desde o Brasil Império, um acinte aos pequenos mineradores nativos”, afirma acadêmico em História da cidade de Humaitá com histórico de prisões na família durante operações da Polícia Federal e do Ibama, em 2017-25.

 

O ciclo de ilegalidades cometidas por garimpeiros e donos de dragas (a maioria é de fora) nas calhas dos rios Madeira, Solimões, Rio Negro e Juruá começa no estado de Rondônia. O mercúrio (metal pessado) usado no beneficiamento do ouro em estado bruto é comprado no mercado negro da Bolívia (Província del Guayaramerín) e nas Capitais brasileiras (Goiânia e São Paulo lideram o ranking desde o século passado).

 

É na Capital Porto Velho (RO) o epicentro do comércio ilegal de mercúrio e apetrechos (materiais e equipamentos) usados nos garimpos ilegais do Sul do Amazonas. Esses produtos entram, sem a devida fiscalização da alfandega do estado do Amazonas. Segundo informações, esses locais de venda ilegal desses produtos ficam localizados ao longo das Avenidas Nações Unidas com a Jorge Teixeira no centro da Capital rondoniense.

 

- Esses locais são os mesmos onde funcionaram bares e casas de prostituição dos anos dourados da antiga febre do ouro do rio madeira nos anos 80 e 2000 que deram lugar a esse tipo de comércio para garimpo nesta da Amazônia Ocidental brasileira, afirmou em entrevista, em 2020, o ex-delegado Federal Patriossá.

 

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Segundo informações, vem de Porto Velho (RO) o temido azougue (mercúrio), metal pesado distribuído aos garimpeiros que o recebem diretamente ainda no teatro da extração do ouro no leito dos rios, lagos e igarapés. Nessas regiões, como no Lago Cristo Rey (o bioma já foi quase totalmente destruído), Pacoval, São Miguel, Tambaqui, Tabuleta e Tambaqui, onde combustíveis de origem duvidosa, também, são comercializados abertamente além das drogas, armas e munições, sem fiscalização das autoridades locais.

 

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