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Deputados reagem após Motta rejeitar urgência do projeto da anistia e preparam ruptura
Foto: Reprodução

A tensão se intensificou com ameaças de rompimento da aliança entre o grupo oposicionista e a presidência da Câmara.

A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não incluir na pauta o requerimento de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 provocou forte reação da oposição. A medida, tomada de forma unilateral, foi interpretada por parlamentares do PL e de outros partidos de direita como uma quebra de compromissos políticos assumidos nos bastidores do Congresso. A tensão se intensificou com ameaças de rompimento da aliança entre o grupo oposicionista e a presidência da Câmara.

 

A proposta de anistia vinha sendo articulada por deputados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e contava com apoio de uma parcela significativa da oposição. O objetivo do projeto era livrar da responsabilização criminal os manifestantes já condenados por envolvimento nos atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O requerimento de urgência permitiria que o texto fosse votado diretamente no plenário, sem necessidade de passar pelas comissões temáticas da Casa.

 

No entanto, a decisão de Hugo Motta de barrar o avanço do projeto foi vista como uma sinalização de distanciamento em relação aos interesses dos aliados de Bolsonaro. A atitude surpreendeu parlamentares da oposição, que acreditavam haver um acordo político para dar celeridade à proposta. A falta de consulta prévia sobre a retirada do tema da pauta foi interpretada como uma afronta e gerou um clima de insatisfação entre os deputados que integram a base bolsonarista.

 

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A resposta foi imediata. Lideranças do PL ameaçaram retirar o apoio à gestão de Hugo Motta na presidência da Câmara, o que pode provocar um realinhamento de forças dentro da Casa. Até então, Motta vinha contando com o respaldo de setores conservadores para manter a estabilidade de sua administração, mas a decisão sobre a anistia pode comprometer essa sustentação.

 

Nos bastidores, o gesto do presidente da Câmara é visto como uma tentativa de evitar maior desgaste institucional, diante das críticas que o projeto de anistia vem recebendo por setores da sociedade civil e por representantes do Judiciário. O receio é de que a concessão do perdão aos condenados pelos atos de janeiro de 2023 possa ser interpretada como um recuo diante de ataques à democracia e às instituições.

 

A crise expõe o delicado equilíbrio político que marca o atual funcionamento da Câmara dos Deputados. A aliança entre o presidente da Casa e a oposição vinha sendo construída com base em interesses comuns na pauta econômica e na contenção de avanços do Executivo. No entanto, a divergência em torno da anistia revela que essa união pode ser mais frágil do que parecia.

 

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Com a ameaça de rompimento, Hugo Motta terá o desafio de recompor os canais de diálogo com a oposição, ao mesmo tempo em que busca preservar sua imagem de neutralidade institucional. O episódio também pode afetar a tramitação de outras matérias no Congresso, refletindo o clima de desconfiança que se instalou entre antigos aliados.

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